quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Pega-pega ou pique pega: Informações e possibilidades

De acordo com Smole, Diniz e Cândido (2010, p. 65), o pega-pega ou pique pega é uma brincadeira tradicional que encontra-se entre aquelas classificadas como "brincadeiras de perseguição", podendo ser denominada também como "pegador".

VOCÊ SABIA?

Conforme encontramos no livro, "Brinquedos e brincadeiras" de Nereide Schilaro Santa Rosa, as crianças brincam de pega-pega desde a Idade Média, pois "[...] as antigas histórias de bruxas da Idade Média ajudaram na criação de uma das mais conhecidas brincadeiras folclóricas: o pegador ou pega-pega" (Santa Rosa, 2001, p.22).

A autora relata que sua origem remonta as antigas lendas europeias medievais nas quais a figura da bruxa estava muito presente como perseguidora de pessoas, por isso, em algumas regiões do Brasil, "[...] a criança que pega as outras no pega-pega é, até hoje, chamada de bruxa" (2001, p. 22).

Já entre as crianças africanas, que viveram no tempo da escravidão, aqui no Brasil, Santa Rosa (2010, p. 22), conta que elas gostavam dessa brincadeira, contudo não tinham menor conhecimento sobre as bruxas europeias. Desse modo, a origem africana do pegador está relacionada à uma forma imitação de como viviam os escravos fugitivos, os quais eram perseguidos por seus donos e capitães do mato, que eram pessoas contratadas para procurar escravos que fugiam.


PEGA-PEGA E SUAS POSSIBILIDADES PEDAGÓGICAS

Será que o pega-pega faz parte do repertório de brincadeiras do grupo de crianças com as quais atua? Como as crianças de hoje brincam de pega-pega? Há outras regras? Atualmente, existem outras variações dessa brincadeira?

Para nós do CRINFANCIA, é papel da escola proporcionar meios para que a produção histórica e cultural se perpetue, possibilitando assim, a apropriação de conhecimentos e o desenvolvimento de capacidades pela criança.

Desse modo, ao citar Kamii (1991), Smole, Diniz e Cândido (2010, p. 65),  ressaltam que as brincadeiras de perseguição, como o pega-pega, podem contribuir no processo pedagógico, posto que, 
[...] estimulam o processo de descentração e a elaboração de estratégias para fugir do perseguidor ou para perseguir; essas estratégias exercitam o raciocínio espacial, pois levam as crianças a tentarem descobrir, por exemplo, o caminho mais curto ou a inverter a direção para fugir do perseguidor ou para pegar alguém de surpresa. Esse processo permite a tomada de consciência de seus próprios recursos corporais, ou seja, do controle do próprio corpo. 
                                        
Também conforme  os autores supracitados, essa brincadeira contribui significativamente para o desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático, pois por meio dessa brincadeira as crianças podem desenvolver relações temporais, espaciais-numéricas e avaliação de distância e velocidade.


Sendo assim, por que não incluir essa brincadeira na rotina da Educação Infantil?


FONTE: Smole, Kátia Stocco. Diniz, Maria Ignez de Souza Vieira. Cândido, Patrícia Terezinha. Brincadeiras infantis nas aulas de matemática. Porto Alegre, Artmed, 2010.
Santa Rosa, Nereide  Schilaro. Brinquedos e Brincadeiras. São Paulo, Editora Moderna, 2001.



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