quarta-feira, 31 de julho de 2013

MODELAGEM COM ARGILA E O PROCESSO DE PRODUÇÃO DO AUTORRETRATO

                    A experiência estética é a relação sensível com o mundo,
uma postura diante das coisas,  um momento em que nos encontramos
 em presença de algo que provoca emoção, imaginação, cognição,
 presencialidade. No instante da experiência estética, 
há diálogos entre o externo e o interno que  podem 
provocar transformações cognitivas e sensíveis.
Afonso Quintas



Atualmente, nós do CRINFANCIA, temos apresentado uma série de dicas pedagógicas voltadas para a produção de autorretrataos, bem como, as contribuições dessa atividade no processo de desenvolvimento da capacidade criadora na criança. E, hoje, inspiradas nas obras do artista Edvard Munch (Paris, 1863-1944), que sendo considerado um expressionista, produzia obras que representavam diferentes expressões faciais. Então, diante dessa ideia, que tal propor às crianças a exploração de diferentes expressões faciais por meio da utilização da argila ou outro material para modelar?


Para a realização dessa atividade, você professor(a) poderá seguir as seguintes orientações:

  1. Organize o espaço com papelão como superfície de trabalho individual ou em grupo.
  2. Disponibilize vasilhas com água, palitos e outros objetos que ajudem a cortar, furar ou amassar.
  3. Deixe que as crianças amassem, estiquem e furem, tentando criar diferentes expressões faciais. Permita que experimentem fazer um rosto feliz , com sobrancelhas abertas e uma boca sorridente. Em seguida, experimente mudar para um rosto triste, abaixando os cantos  do sorriso e dente. Tente outras expressões, como assustado, chorando, dormindo, surpreso, entre outras.
  4. Se for possível disponibilize pequenos espelhos para que as crianças possa realizar diferentes expressões no espelho e capturá-las na argila.
  5. Para finalizar, após a modelagem secar, permita que as crianças pintem suas produções com guache.


IMPORTANTE: Realize uma exposição com as modelagens das crianças, essa ação contribui para que se desenvolva o olhar sensível e o respeito pela produção alheia.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Proposta Pedagógica: 5º aspecto (Organização e gestão do trabalho - parte 1)

A organização e a gestão do trabalho precisam ser explicitados na Proposta Pedagógica das instituições de Educação Infantil, porque, por meio desse aspecto a escola a escola organiza questões pedagógicas e administrativas de tal modo que fique evidenciado a coerência entre o discurso e prática. 

Desse modo, ao organizar a gestão do trabalho é necessário contemplar:

a) A organização do currículo: ao se elaborar o currículo é fundamental compreender que este precisa articular-se com todos os outros aspectos da Proposta Pedagógica, não podendo ser elaborado de forma isolada. E, conforme nos mostra Faria e Salles (2010, p. 32)


No contexto específico da Educação Infantil, explicitar o currículo em uma Proposta Pedagógica representa apontar as experiências a serem trabalhadas com as crianças na IEI, organizando todos os saberes, conhecimentos, valores e práticas que possibilitam o cuidar e educar crianças de 0 até 6 anos de idade.

b) Organização dos tempos: De acordo com Faria e Salles (2010, p. 32), a organização dos tempos nas Instituições de Educação Infantil deve ser pensada sobre duas vertentes: a institucional e no cotidiano do trabalho.

Sobre a vertente institucional, a Proposta Pedagógica deve apresentar e justificar de maneira coerente a maneira como se organizam:


  • os períodos de atendimento - parcial, integral, diurno ou noturno;
  • a cobertura dos atendimento durante o ano civil, com ou sem período de férias;
  • os horários de funcionamento de acordo com o público atendido;
  • a carga horária de seus funcionários e a forma de distribuição dessas horas no dia a dia;
  • o período de adaptação das crianças e suas famílias;
  • o calendário anual, com atividades coletivas juntos às crianças, às famílias, à comunidade e aos profissionais da instituição.
Quanto a organização dos tempos na vertente do cotidiano do trabalho Faria e Salles (2010, p. 33), explica que este está diretamente relacionado ao tempo dos (as) professores (as) nas ações de cuidar e educar, ou seja;


  • a organização mensal, semanal, a rotina diária das atividades articulada com as atividades coletivas da instituição, isto é, a dinâmica do planejamento;
  • a alternância entre os diversos tipos de atividade.
As autoras ainda sugerem:


Refletir sobre as rotinas institucionais é fundamental, pois elas são organizadoras estruturais das experiências cotidianas, auxiliando os professores a organizar seu trabalho e as crianças a construir a noção de tempo. É por meio da organização dos tempos na IEI que se evidenciam as prioridades do currículo que ali se desenvolve.

REFERÊNCIAS: Faria, Vitória; Salles, Fátima. Currículo na Educação Infantil: Diálogo com os demais elementos da Proposta Pedagógica. Coleção Percursos. 2010, 1ª edição, São Paulo-SP, editora Scipione.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

A expressão criadora e as possibilidades da modelagem com argila

"As mãos criam para que os olhos vejam, aquilo o que a mente imagina e o coração sente!"

Elisa  (3 anos ), brincando com argila

É papel da Educação Infantil propor situações de ensino-aprendizagem que favoreçam o desenvolvimento da capacidade criadora da criança, por meio de atividades pedagógicas que oportunizem o acesso às diferentes formas de expressão: música, teatro, pintura, desenho, modelagem, entre outras. E, nesta postagem, trataremos mais especificamente da modelagem com argila, pois sabemos que esse material é pouco explorado em detrimento do uso da massa plástica ou caseira. 

Para começar, vale ressaltar que de acordo com Khol (2002, p.51)  a argila "[...] é um material relaxante que estimula a imaginação, a criatividade  e a descoberta [...]". Quando as crianças manuseiam a argila é possível estimular-lhes os sentidos, sobretudo o tato e a visão, liberando assim os seus movimentos e desenvolvendo a psicomotricidade.
                                                                                                              Alana  (8 anos ) e João Pedro (5 anos)

Ao propor atividades de modelagem com argila permita que as crianças batam, enrolem, furem, torçam, amassem, puxem e alisem com os dedos molhados, já que nessa fase o importante para elas não é obter um produto plástico acabado, haja vista que no decorrer desse processo elas produzem suas narrativas, ou seja, dá sentido ao que estão produzindo, mesmo que o adulto não consiga "decifrar". Outro aspecto relevante é que essas narrativas são transitórias, posto que, no decorrer de suas produções criam, desmancham, refazem ininterruptamente sem preocupar-se em entregar um produto finalizado.


Luiza (6 anos) e Alana 
Modelar e brincar estão intrinsecamente ligados, pois ao modelar as crianças podem brincar de fazer pulseiras, bolos, anéis, mesas, cadeiras, sofás, sendo assim, nesses momentos estão representando o dia a dia das relações que vivenciam.

Referências: Kohl, MaryAnn F. O livro dos arteiros: arte grande e suja, mas fácil de limpar - Porto Alegre: Artmed, 2002.




segunda-feira, 22 de julho de 2013

Proposta Pedagógica: 4º aspecto (Finalidades e Objetivos)

Conforme nos mostra Farias e Salles (2010, p.31), as finalidades e objetivos da instituição devem estar explicitados em sua Proposta Pedagógica, tendo como base o contexto sociocultural e as concepções já apresentados, desse modo, ressaltam que é necessário: 

apontar o sentido e a razão de ser dessa instituição, colocando a criança como centro do processo educativo. Significa reconhecê-la como sujeito que tem direito ao cuidado e à educação em instituições de caráter educativo, em complementação à ação da família e da comunidade.
  
Em relação aos objetivos, as autores sugerem que estejam relacionados ao desenvolvimento e aprendizagem da criança, não perdendo de vista a integralidade desse processo, nas suas dimensões afetivas, cognitivas, físicas, sociais e culturais.

REFERÊNCIAS: Faria, Vitória; Salles, Fátima. Currículo na Educação Infantil: Diálogo com os demais elementos da Proposta Pedagógica. Coleção Percursos. 2010, 1ª edição, São Paulo-SP, editora Scipione.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Autorretrato: Fazendo caretas!

ELISA (3 ANOS), JOÃO PEDRO (5 ANOS), MARIA EUGÊNIA (3 ANOS)

Em 19/06/2013  sugerimos a realização de uma atividade na qual as crianças possam brincar com sua própria imagem refletida no espelho e em 03/07/13 apresentamos autorretratos de Rembrandt também se autorretratando no espelho, ambos explorando diferentes expressões faciais. Mediante essa brincadeira e exploração de obras desse artista, você professor (a) poderá fazer os seguintes encaminhamentos:


  • Permita que as crianças façam as "caras" e "bocas" que desejarem, enquanto isso fotografe.
ANA CLARA (8 ANOS), LEONES (9 ANOS) E THIAGO (7 ANOS)
  • Exponha em data-show as imagens (ou outro recurso disponível), enquanto isso converse sobre as características das diferentes expressões faciais. Ou seja, como fica o desenho da testa, da boca, dos olhos e do nariz quando realizamos diferentes expressões?
  • Permita também que as crianças discutam sobre suas expressões e que diga os sentimentos que retratam as imagens refletidas no espelho.
  • Depois, proponha que as crianças façam seus autorretratos a partir de suas fotos no espelho.







Como podemos ver nas imagens, essas atividades podem ser realizadas com crianças de 3 a 9 anos, ou seja, podem ser realizadas com crianças que frequentam a Educação Infantil e o Ensino Fundamental.

Referência: Auto-retrato / Instituto Arte na Escola ; autoria de Silvia Sell Duarte Pillotto ;coordenação de Mirian Celeste    Martins e Gisa Picosque. – São Paulo : Instituto Arte na Escola, 2006.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Proposta pedagógica: 3º aspecto (Concepções norteadoras)

Por mais que se relute,  não há como negar que toda prática está respaldada em concepções teóricas. Mesmo que de forma não intencional o nosso fazer está carregado de uma visão de sociedade, de ser humano, de criança, de desenvolvimento e aprendizagem, de educação e cuidado. 

Contudo, conforme nos mostra Faria e Salles (2010), essas visões e concepções precisam ser avaliadas, refletidas e reelaboradas no momento da elaboração da Proposta Pedagógica a partir de pressupostos teóricos que de fato sejam presentificados na prática.


Nesse sentido, o momento de elaboração da Proposta Pedagógica se constitui em oportunidade de se revelar e discutir as crenças e os valores que estão subjacentes à prática, fundamentando-a teoricamente e buscando coerência entre o discurso e as ações vivenciadas no cotidiano.

REFERÊNCIAS: Faria, Vitória; Salles, Fátima. Currículo na Educação Infantil: Diálogo com os demais elementos da Proposta Pedagógica. Coleção Percursos. 2010, 1ª edição, São Paulo-SP, editora Scipione.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

ADIVINHAS: VOCÊ SABIA?


No livro "Quem adivinha?" de Helena M. Uehara e Vera Andrade encontramos importantes informações que você, professor(a) precisa saber para compreender a importância dessa brincadeira tradicional na prática pedagógica da Educação Infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental.

  1. As adivinhas são também conhecidas com enigmas ou adivinhações.
  2. Os fenícios, os gregos, romanos, o egípcios e outros povos antigos,já brincavam de adivinhas.
  3. Há também registros de adivinhas entre os indígenas e os africanos. Portanto, estão presentes no inteiro, são universais.
  4. Uma mesma adivinha pode variar de um região para outra, de um país para outro na maneira de formular a pergunta.
  5. As adivinhas são transmitidas de geração a geração oralmente e fazem parte do folclore.
  6. O primeiro livro de coleção de adivinhas, em Língua Portuguesa, data de 1603. Chama-se "Passatempo honesto de enigmas e adivinhações", Francisco Lopes.
Desse modo, conforme nos mostra Helena M. Uehara, as adivinhas fazem parte da tradição cultural da humanidade e, por isso, precisam ser resgatadas como forma de preservar e ensinar diversos conteúdos de diferentes áreas do conhecimento.

Considerando a relevância dessa brincadeira, nós do CRINFANCIA, estamos preparando um material impresso que poderá subsidiar a prática pedagógica de professores(as) da Educação Infantil e série iniciais do Ensino Fundamental. Aguardem, em breve,  "Série Adivinhas".

quarta-feira, 3 de julho de 2013

AUTORRETRATO: VOCÊ SABIA?

Rembrandt Harmensz van Rijn foi um artista que nasceu na Holanda e viveu entre 1606-1669, ele pintou mais de 100 autorretratos nos quais representava a si mesmo em diferentes fases de sua vida.



"Rembrandt gostava de praticar fazendo desenhos dele próprio. 
Ele se olhava no espelho e desenha o que via . 
O artista gostava muito de fazer caretas  para si mesmo  
e desenhar  suas estranhas expressões, como chocado, assustado, irado ou feliz"
(E Kohl Solga, 2001, p. 38)


Que tal propor às crianças essa experiência de autorretratar-se de diferentes maneiras em frente ao espelho? Continue acompanhando nossas publicações à respeito de autorretratos, pois nos próximos dias apresentaremos uma dica de atividade com espelho que pode ser realizada com crianças de 3 a 9 anos, não percam!

Referência: Kohl, MaryAnn; Solga, Kim. Descobrindo grandes artistas, a prática da arte para crianças. 2001, Porto Alegre, Artmed Editora.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Proposta pedagógica: 2º aspecto (Contexto sociocultural)

 A organização dos tempos, dos espaços e do currículo das instituições de Educação Infantil precisam considerar o contexto sociocultural no qual estão inseridas, por isso a caracterização deste contexto é um aspecto que necessita estar presente na elaboração da Proposta Pedagógica.


Desse modo Faria e Salles (2010, p. 30), sugerem que ao caracterizar o contexto sociocultural das instituições de Educação Infantil na Proposta Pedagógica: 
  • sejam explicitados como são as crianças e as famílias com as quais a instituição trabalha;
  • conhecer as condições de vida, trabalho, profissão dos pais, mães e outros familiares, serviços  a que têm acesso, costumes e tradições da comunidade, religiões, músicas, danças e outras formas de lazer;
  • em relação às crianças é fundamental dar destaque às atividades que realizam no seu cotidiano fora da instituição: o que fazem, como fazem, de que e com quem brincam, produções culturais a que têm acesso, entre outros.
REFERÊNCIAS: Faria, Vitória; Salles, Fátima. Currículo na Educação Infantil: Diálogo com os demais elementos da Proposta Pedagógica. Coleção Percursos. 2010, 1ª edição, São Paulo-SP, editora Scipione.