terça-feira, 26 de novembro de 2013

BRINCADEIRAS COM AS PALAVRAS: Uma proposta de trabalho a partir do poema “A casa e o seu dono”, Elias José (parte 1).

O texto “A casa e o seu dono”, é um poema de Elias José recheado de rimas que tanto encantam e divertem as crianças! Veja o texto abaixo:
                     
Então, que tal propor uma sequência de atividades voltada para linguagem oral e escrita a partir do texto sugerido?

Segundo Sepentzoglou e Giovani (2011, p. 102), a repetição de sons presente na estrutura das rimas, contribui no processo de apropriação da linguagem oral e escrita. Para esses autores, isso permite que as crianças brinquem com as palavras e ao mesmo tempo enriqueçam o seu repertório. Dessa forma, “[...] a linguagem poética é capaz não só de despertar o interesse das crianças, como também de auxiliá-las na aprendizagem e no uso de novos significados”.

Assim como, os autores citados, compreendemos que a poesia possui elementos importantes para o desenvolvimento infantil, pois  aproxima a criança da linguagem afetiva e rítmica, desperta o lúdico, a imaginação e a fantasia.

Nesse sentido, sugerimos que você, professor (a):

- Exponha o cartaz com o texto, na sala de aula a altura das crianças, para que elas possam “brincar de ler” sempre que desejarem.
- Leia o texto para e com as crianças, nesse momento tente juntamente com elas colocar uma melodia, de tal modo que o poema possa ser lido e cantado. Com certeza elas irão se divertir muito com essa brincadeira!
- Permita que o cartaz seja ilustrado coletivamente.
- Estimule as crianças a encontrarem e a destacarem com diferentes cores, as palavras que rimam entre si.
- Transforme o poema em uma carta enigmática, ou seja, as crianças deverão por meio do desenho ou do recorte e colagem substituir as palavras por desenhos. Clique aqui para ver essa sugestão de atividade.


FONTE: Sepentzoglou, Árthemis; Giovani, Alessandra L. F. Giovani. Poesia: a rima no trabalho com a linguagem. In: Rossetti-Ferreira, Maria Clotilde; Mello, Ana Maria; Vitoria, Telma; Gosuen, Adriano; Chaguri, Ana Cecília. Os fazeres na Educação Infantil. 2011, 12. Ed. São Paulo, SP, Ed. Cortez.


domingo, 24 de novembro de 2013

Adivinhas e palavras cruzadas

"Se tirarmos o prazer de brincar enquanto se aprende dificultaremos 
o desenvolvimento da capacidade de ler, no futuro, os textos escolares 
[porque afinal eles existem]... A leitura é um prazer que também se ensina"
José Moutinho Viale (grifos das autoras)

Acreditamos que por meio do uso de adivinhas bem estruturadas, como as que  compõem o nosso folclore, contribuímos para que a criança adentre ao mundo da cultura escrita de forma lúdica e prazerosa. 

E, a nossa dica pedagógica de hoje para Educação Infantil e série iniciais do Ensino Fundamental é unir a utilização das adivinhas com as palavras cruzadas. Porque, assim como, as adivinhas, as palavras cruzadas contribuem para que as crianças compreendam a escrita, o sentido das palavra e sua ortografia.

Conforme nos mostra Hamze, a própria criança ao tentar adivinhar e escrever as repostas no diagrama da palavra cruzada consegue reconhecer que sua resposta não é a correta ou que cometeu erros ortográficos. Dessa forma, "[...] esquematizados como 'espaços fechados de escrita', não há como preenchê-los escrevendo incorretamente. Esta perspectiva está circundada nos cruzamentos e na quantidade de quadrinhos reservados para cada palavra[...]".

Agora clique aqui para ver a cruzadinha que preparamos como sugestão e em seguida acompanhem os encaminhamentos para essa atividade:

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Dica rápida: "Rima ou combina" (parte 2)


No texto, "Rima ou combina?",postado no CRINFANCIA em 24/05/2013, a escritora Marta Lagarta, brinca com a estrutura das palavras (rimando-as entre si) e  com os seus sentidos, apresentando estrofes da seguinte maneira:

"RATO RIMA COM GATO.
RIMA, MAS NÃO COMBINA.
VACA NÃO RIMA COM CAFÉ,
NÃO RIMA, MAS COMBINA."

Agora, que tal propor uma atividade na qual as crianças brinquem de rimar e combinar palavras por meio de figuras que as representam?! Clique aqui e conheça a brincadeira!

terça-feira, 19 de novembro de 2013

ADIVINHAS E CAÇA-PALAVRAS

a) Pressupostos teóricos da atividade
De acordo com o que encontramos na Wikipédia, o caça-palavras é um jogo que consiste no arranjo de letras aparentemente aleatórias em uma grade quadrada ou retangular.

O objetivo do jogo é encontrar e circundar as palavras escondidas na grade tão rapidamente quanto possível. As palavras podem estar escondidas verticalmente, horizontalmente ou diagonalmente dentro da grade. As palavras são arranjadas normalmente de modo que possam ser lidas da esquerda para a direita ou de cima para baixo [...] (http://pt.wikipedia.org/wiki/Ca%C3%A7a-palavras, acesso em 18/07/2013)

Desse modo, o jogo de caça-palavras é ideal para crianças que estão em processo adiantado de apropriação da linguagem escrita ou que já sejam alfabetizadas. Por meio, desse jogo é possível desenvolver a percepção, atenção e concentração, já que é necessário procurar palavras em um bloco de letras.

Nota-se que o caça-palavras é essencialmente uma atividade de leitura na qual a criança precisa encontrar a palavra para completar a grade que o compõe. Sendo assim, ao identificar as palavras, a criança tem a oportunidade de conhecer as convenções do nosso sistema alfabético-ortográfico.

domingo, 17 de novembro de 2013

"Ora bola" - História da bola e esportes que utilizam bolas.


Se a linguagem é viva, muitas palavras podem ser contadas e cantadas, criando espaços e momentos de interlocução, partilhando afetos e conhecimento. E a linguagem escrita? Há também lugar para ela na educação infantil, claro, pois, vivemos numa sociedade letrada que faz uso da leitura e da escrita em seu cotidiano. Isso não quer dizer que devemos ensinar “as letras” para as crianças desde a mais tenra idade, como tampouco, em oposição, retirar todo material escrito das salas de aula de educação infantil.

É preciso, antes de tudo, não esquecer que a escrita está dentro da escola porque está fora dela, no mundo: a escrita não é um objeto escolar! É igualmente necessário pensar na função social da escrita: para que ler e escrever? Para fazer as lições escolares? Para repetir a palavra da professora? Para cumprir um objetivo escolar, destituído de sentido? (OSTETTO, 2004, p. 84-85).

Considerando a epígrafe acima, nós do Crinfancia, concebemos o TEXTO a unidade básica para o ensino da linguagem escrita em qualquer etapa de ensino, sobretudo, na Educação Infantil, porque é no texto que a linguagem se realiza, já que o processo de interlocução entre os sujeitos, seja no discurso oral ou escrito, não se dá por meio de palavras, sílabas ou letras soltas, mas sim por meio de enunciados concretos.


E, é pensando nisso que entendemos o quanto o texto da música "Ora bolas", pode produzir inúmeros sentidos, os quais por sua vez,  contribuem para a apropriação de conhecimentos em diversas áreas. Por exemplo, mediante a apresentação desse texto, você professor (a), da Educação Infantil ou séries iniciais do Ensino Fundamental poderá:

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Brincadeiras tradicionais com bola e a música “Ora bolas”


Em 23/10/2013, sugerimos a utilização da música “Ora bolas”, do grupo Palavra Cantada, para iniciar o trabalho pedagógico com a série “Brincadeiras tradicionais com bola” (clique aqui para conhecer o vídeo) e, a partir desta postagem pretendemos apresentar dicas pedagógicas para a Educação Infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental, que mostrem como o texto dessa música pode contribuir no processo ensino-aprendizagem nas diferentes áreas do conhecimento.
http://www.guiageo-mapas.com/globos.htm
E, hoje, mais especificamente, estamos sugerindo uma atividade voltada para Natureza e Sociedade, na qual você, professor (a) da Educação Infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental, poderá apresentar o mapa mundi e os mapas: da sua cidade, do seu estado e do Brasil, para que paulatinamente as crianças possam desenvolver a noção de que elas estão inseridas em um contexto amplo que vai da sua casa ao mundo. 

Ao utilizar esses recursos, sugerimos que as crianças sejam instigadas a pesquisar os nomes: da sua rua, do seu bairro, da sua cidade e do seu estado e do seu país, clique aqui e conheça a atividade que estamos propondo.



sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Brincadeira com bola: Batata quente


Brincar é tão importante e sério para a criança como trabalhar é para o adulto. Isso explica por que encontramos tanta dedicação da criança em relação ao brincar. Brincando ele imita gestos e atitudes do mundo adulto, descobre o mundo, vivencia leis, regras, experimenta sensações (STOCCO, DINIZ, CÂNDIDO, 2010, p.13).

A “Batata quente” é uma brincadeira da tradição oral, com regras e que envolve predominantemente o uso de material (a bola).

Para a realização dessa brincadeira o grupo de crianças primeiramente devem ser organizadas em círculo, podendo ficar em pé ou sentadas.

Como brincar:

Você professor (a) deverá organizar o seu grupo de crianças em círculo, sendo que você ou uma criança fica de fora com os olhos vendados ou de costas para o grupo, cantando a seguinte canção: “batata quente, quente, quente, queimou!”. Enquanto a professora ou a criança canta a bola deverá circular entre o grupo de mão em mão até que a palavra QUEIMOU seja cantada, a criança que estiver com a bola na mão nesse momento deverá retirar-se do círculo. Ganha a brincadeira a última criança que sobrar.

Segundo Stocco, Diniz e Cândido (2010, p. 47), “[...] essa brincadeira exige bastante concentração, percepção auditiva e coordenação dos movimentos no ritmo e tempo em que a professora fala [...]”. Para tornar essa brincadeira ainda mais desafiante, as autoras sugerem modificar o ritmo da música que é cantada enquanto a bola passa de mão em mão para mais rápido ou mais lento, “[...] de modo que os jogadores tenham que se adaptar e possam desenvolver noções de velocidade e tempo”.

Também sugerimos que durante a brincadeira, você professor (a) questione sobre a quantidade de crianças que permanecem círculo à medida que alguém saia da brincadeira, contribuindo assim, para o desenvolvimento da noção de subtração.

Para que seja possível a você professor (a), observar aquilo que foi significativo e as noções que as crianças se apropriaram enquanto realizaram a brincadeira, propomos que elas produzam uma atividade de registro por meio do desenho. Para finalizar, indicamos a organização de uma roda de conversa na qual cada criança possa apresentar seu desenho, comentando sobre aquilo que foi mais relevante para ela na realização da brincadeira.

Referência: Stocco, Kátia Smole; Diniz, Maria Ignez; Cândido, Patrícia. Brincadeiras Infantis nas aulas de Matemática, vol 1.  2010. Porto Alegre – RS, artmed.


quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Por que propor brincadeiras com bolas na Educação Infantil?


No livro “Brincadeiras Infantis nas aulas de Matemática” (volume 1), as autoras Kátia Stocco Smole, Maria Ignez Diniz e Patrícia Cândido, defendem a realização de brincadeiras com bolas na Educação Infantil, porque:

 Individualmente ou em grupo, os jogos com bola são praticados por meninas e meninos de todas as idades nas mais variadas regiões do país. A bola é um objeto muito importante e que pode utilizado em diferentes momentos de atividades na escola, não apenas por estar incluída na cultura do povo, mas também por trazer diferentes variações de jogos: com alvo, sem alvo, de competição, em times, individuais.

Os jogos com bola, além de estimularem a participação ativa dos alunos numa recreação orientada e dinâmica, dão uma grande contribuição ao trabalho educacional, tendo também a vantagem de exigir material prático de fácil acesso às escolas. Por suas dimensões simbólicas, sua forma, suas possibilidades de deslocamento e controle, a bola constitui uma peça sempre presente nos rituais lúdicos de todas as culturas. A manipulação do objeto (bola) permite o desenvolvimento motor e proporciona a cooperação entre os companheiros.

Ao passar a bola de mão em mão ou de pé em pé, por exemplo, a criança, além de entender as regras do jogo, assume responsabilidades, percebe sua função no grupo, coloca seu papel em comparação com o dos amigos.

Em matemática as brincadeiras com bola auxiliam no desenvolvimento de habilidades como noção de espaço, tempo, direção, sentido, identificação e comparação de formas geométricas (bola e círculo), contagem, comparação de quantidades, noção de adição (STOCCO, DINIZ, CÂNDIDO, 2010, p. 44).

Considerando a relevância do trabalho pedagógico com bolas na Educação Infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental, conforme apresentado pelas autoras acima mencionadas, que nós do Crinfancia, estaremos nas próximas postagens apresentando dicas pedagógicas que sugerem a realização de atividades lúdicas utilizando esse objeto, aguardem!


Referência: Stocco, Kátia Smole; Diniz, Maria Ignez; Cândido, Patrícia. Brincadeiras Infantis nas aulas de Matemática, vol 1.  2010. Porto Alegre – RS, artmed.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

"Descubra a Palavra" e adivinhe!


a)  Pressupostos teóricos da atividade

De acordo com Gontijo e Schwartz (2009, p.16-67), defendem o ensino de alguns conhecimentos necessários à aprendizagem de leitura e da escrita, os quais são:

1º Conhecimento: Os sistemas de escrita
2º Conhecimento: História dos Alfabetos
3º Conhecimento:  Nosso alfabeto
4º Conhecimento: Distinção entre desenho e escrita
5º Conhecimento: As letras do nosso alfabeto
6º Conhecimento: Compreensão da direção convencional da escrita
7º Conhecimento: Símbolos utilizados na escrita
8º Conhecimento: Compreensão da finalidade de segmentação dos espaços em branco
9º Conhecimento: Relações entre sons e letras e letras e sons

Contudo, as autoras ressaltam que o ensino desses conhecimentos devem acontecer de forma integrada às dimensões leitura e produção de textos orais e escritos.

E na brincadeira que envolve as adivinhas e o jogo "Descubra a Palavra", será possível de forma lúdica e dialógica ensinar, sobretudo,5º Conhecimento ( As letras do nosso alfabeto), pois ao dialogar sobre as  hipóteses que possivelmente respondem aos enigmas propostos no jogo (clique aqui para conhecer o jogo), você, professor (a), estará ensinando:
  • o nome das letras do alfabeto;
  • a categorização gráfica da letras;
  • categorização funcional das letras (ortografia);
  • e a direção dos movimentos ao escrever as letras.

domingo, 3 de novembro de 2013

Adivinhas: Jogo de tabuleiro

JOGO DE TABULEIRO
A dica pedagógica do Crinfancia para o trabalho com as adivinhas, é organizá-las em um jogo de tabuleiro, conforme apresentamos na imagem acima, clique aqui para conhecer e você mesmo confeccionar o seu jogo.

Este jogo é composto por:

  • 1 tabuleiro com desenhos  que respondem às adivinhas;
  • 44 fichas contendo as adivinhas (clique aqui - cartelas 1, clique aqui - cartelas 2, clique aqui - cartela 3);
  • 54 fichas com seis cores diferentes para que os grupos marquem a resposta no tabuleiro (clique aqui - para imprimir as fichas).
Como jogar:

-  Dependendo da faixa-etária ou nível de apropriação da leitura e da escrita em que se encontra o seu grupo de crianças, você professor (a) poderá organizar a turma em até seis grupos, para isso talvez seja necessário ampliar o tabuleiro de modo que ele fique no centro da sala e todas as crianças dos grupos possam visualizá-lo. Desse modo, as cartelas serão organizadas em uma pilha em que um representante de cada grupo na sua vez irá retirar uma cartela e entregar para que, você professor (a) a leia. O grupo que primeiro responder a adivinha deverá colocar a ficha com a cor que representa o grupo em cima da figura que representa a resposta. Ganha o jogo, o grupo que primeiro terminar as fichas.

- Caso o seu grupo de crianças já esteja em um nível mais avançado de apropriação da leitura e da escrita, o material acima apresentado, poderá ser reproduzido em maior quantidade para que as crianças possam disputar entre si e não mais em equipes, como na sugestão anterior, nesse caso, as fichas que marcam as respostas representarão cada componente do grupo.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Bingo de adivinhas com desenhos


Brincando com as palavras e fazendo das palavras espaço de interação, de intercâmbio de experiência, de expressão de sentimentos etc., estamos dando às crianças a oportunidade de partilharem uma educação infantil que faça de fato diferença nas suas vidas (Corsino, 2009, p. 67).

O modo como se estruturam as adivinhas as tornam por natureza promotoras de interações verbais lúdicas que despertam fascínio em crianças, jovens e adultos. Desse modo, reconhecemos que a inserção desse gênero textual na prática pedagógica traz contribuições importantes nas mais diversas áreas do conhecimento, pois ao se aplicar esse jogo de perguntas e respostas é possível desenvolver: a linguagem oral e escrita, o raciocínio lógico-matemático e o conhecimento de mundo.

E, hoje, a nossa dica pedagógica de trabalho com as adivinhas é de utilizá-las no jogo do bingo com desenhos. Nesse jogo as respostas das adivinhas estão representadas por desenhos, sendo assim, para marcar o bingo a criança terá que encontrar as imagens que melhor representam os enigmas.

a)  Pressupostos teóricos da atividade

Neste contexto, o bingo com desenhos, constitui-se também em uma atividade de leitura, porque conforme Paulo Freire, “a leitura de mundo precede a leitura da palavra”. E, vale ressaltar que os desenhos que compõe as cartelas deste bingo, assumem a condição de escrita, visto que, os desenhos estão entre o objeto em si e a escrita (que é uma representação de 2ª ordem), ou seja, os desenhos são uma representação da ideia dos objetos em si, e, a escrita, por sua vez, é uma representação dos sons e das palavras da linguagem oral, por isso é considerada uma representação de 2ª ordem.

Desse modo, ao responderem as adivinhas identificando os desenhos correspondentes, as crianças estão realizando um tipo de leitura, a qual contribui significativamente no processo de apropriação da linguagem escrita, posto que, paulatinamente passam a compreender a ideia de representação, ou seja, que são utilizados diferentes símbolos e signos para representar: os objetos, as ideias, os sons e as palavras da linguagem oral.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

"Brincadeiras tradicionais com bolas"

“Futebol em Brodósqui” – Cândido Portinari- 1935
As brincadeiras também são uma objetivação humana, ou seja, uma produção cultural que, precisa estar presente na prática educativa dos professores que atuam na Educação Infantil  e séries iniciais do Ensino Fundamental. Quanto a esse aspecto Giardinetto e Mariani (2010, p. 186) ressaltam 

Para que as atividades lúdicas se coloquem a serviço da prática educativa, é necessário um professor consciente de uma teoria que o oriente na articulação dos conteúdos trazidos pelos alunos com os conteúdos culturais e científicos e que reconheça no jogo, nos brinquedos e brincadeiras instrumentos culturais que desencadeiem o desenvolvimento e a aprendizagem, através da mediação do educador [...].

Nesse sentido, os autores mencionados destacam a importância de o (a) professor (a) saber trabalhar os conteúdos inerentes ao jogo, aos brinquedos e às brincadeiras, que favoreçam a formação/apropriação de conceitos.

Desse modo, considerando, a importância da atividade lúdica como prática educativa na Educação Infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental e, também o quanto inúmeras brincadeiras tradicionais se perderam ao longo dos tempos devido ao estilo de vida contemporâneo e o domínio da tecnologia na vida da maioria das pessoas, se faz necessário resgatar essas memórias. Por isso, nós do Crinfancia, estaremos apresentando dicas pedagógicas por meio de uma série que estamos chamando de "Brincadeira Tradicionais com bola".

E, para começar, sugerimos, que você professor (a)  apresente a música "Ora bolas" do grupo Palavra Cantada. Veja a letra da música abaixo e clique aqui para ver o vídeo.




Por meio dessa música é possível abordar a temática das "brincadeiras tradicionais com bola", abarcando as mais diversas áreas do conhecimento. Fique atento (a), nas próximas postagens traremos várias dicas de atividades a partir da letra dessa música!

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Da brincadeira da "Cabra-cega" ao texto informativo (intergeneracidade)

Por meio da intergeneracidade é possível trabalhar o texto instrucional na Educação Infantil, de modo a tornar a prática da leitura uma brincadeira. Para exemplificar, apresentamos a seguir, o poema "Cabra-cega", das autoras Mércia Maria Leitão e Neide Duarte.
A intergeneracidade consiste conforme, explica Koch (2006), em um um fenômeno de hibridização, de mistura de gêneros ou de intertextualidade intergêneros. Ou seja, consiste na possibilidade de um determinado gênero apresentar uma forma híbrida, isto é, apresentar a forma de outro gênero.

Nesse sentido, as autoras,  Mércia Maria Leitão e Neide Duarte, explicam como brincar de cabra-cega utilizando-se do poema "Cabra-cabeça". Para nós do CRINFÂNCIA, a utilização deste gênero textual  se aproxima do interesse  da criança, pois o jogo de palavras presente nele aguça a sua curiosidade e ao mesmo tempo facilita a compreensão de como brincar.E, é pensando nisso que nós do CRINFANCIA, sugerimos a você professor (a) apresentar as regras dessa brincadeira por meio do poema das autoras supracitadas e do texto instrucional.


REFERÊNCIA: Leitão, Mércia Maria; Duarte, Neide, FOLCLORICES DE BRINCAR, 2009, São Paulo, Editora do Brasil.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Brincadeiras Primordiais: Jogo de desaparecimento simbolizado

Segundo Ortiz e Carvalho (2012, pág 110) a brincadeira de desaparecimento simbolizado consiste em pequenas práticas de aparecimento e desaparecimento ou jogar um objeto longe para ser recuperado, ou seja, como nos jogos de esconde-esconde e cadê-achou. As autoras ainda ressaltam que por meio dessas brincadeiras a criança desenvolve a ideia que para desaparecer é necessário existir, visto que esta é uma noção é fundamental no processo de subjetivação.


Ortiz e Carvalho (2012, pág 110) explicam que esse tipo de jogo evolui com a criança que inicialmente realiza jogos simples de esconder o rosto com a fralda "[...] até as brincadeiras mais complexas observadas em crianças grandes, como esconde-esconde com regras elaboradas e nas brincadeiras de correr pelos grandes espaços externos."

Referências: Ortiz, Cisele; De Carvalho, Maria Teresa Venceslau. Interações: ser professor de bebês - cuidar, educar e brincar, uma única ação. Coleção Interações, 2012,  São Paulo, Ed. Blucher. 

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Brincadeiras primordiais: Jogo de relação continente e conteúdo

De acordo com Ortiz e Carvalho (2012, p. 108), os jogos de relação continente e conteúdo, apresentam-se como propícios de serem realizados com o bebês, porque nessa faixa-etária é comum observá-los extremamente interessados por bolsas, caixas, gavetas, para retirar o que tem dentro e devolver, "[...] repetindo muitas a ação de tirar e pôr [...]". Segundo as autoras, esse tipo de brincadeira contribui para que o bebê se aproprie  gradativamente da noção de volume. Por isso, é muito comum haver no mercado brinquedos industrializados que instigam as crianças a encaixar peças em buracos com formas geométricas correspondentes e que ficam depositados no interior de algum brinquedo.

fonte: http://www.superduper.com.br/2010_11_01_archive.html
fonte: http://proktainfantil.blogspot.com.br/2010_06_01_archive.html
fonte: http://beirouth.wordpress.com/category/compras/page/19/

Referências: Ortiz, Cisele; De Carvalho, Maria Teresa Venceslau. Interações: ser professor de bebês - cuidar, educar e brincar, uma única ação. Coleção Interações, 2012,  São Paulo,Ed. Blucher. 

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Brincadeiras Primordiais: Jogo de extrair superfícies contínuas


Segundo Ortiz e Carvalho (2012, p. 108), este tipo de brincadeira consiste em

[...] ações de explorar superfícies, que observamos tanto na brincadeira citada, quando o bebê mexe no rosto do adulto, descobrindo seus buracos e saliências, como naqueles momentos em que o bebê se lambuza com a comida, a papa, a sopa, o muco, a baba. A criança experimenta com isso a construção de uma película, ou seja, a ideia de um contorno, um invólucro, a noção de limite corporal. [...]

Para essas autoras este tipo de brincadeira é primordial porque nessa faixa etária o bebê explora o mundo que o rodeia a partir de seu próprio corpo, já que para ele, “o corpo e o espaço coincidem”.

Para conhecer algumas dicas pedagógicas de brincadeiras que exploram o jogo de extrair superfícies contínuas clique aqui.

Referências: Ortiz, Cisele; De Carvalho, Maria Teresa Venceslau. Interações: ser professor de bebês - cuidar, educar e brincar, uma única ação. Coleção Interações, 2012,  São Paulo,Ed. Blucher. 

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Brincadeiras Primordiais

As brincadeiras primordiais levam o bebê desde muito cedo a construir uma imagem do próprio corpo, a adquirir noção do que é externo a si, bem como, fazer representações das próprias experiências. Por isso, nos momentos em que você, professor (a), interagir com as crianças de seu grupo, é fundamental ela participe ativamente, sendo protagonista.

Para Ortiz e Carvalho (2012, p. 108) há três brincadeiras primordiais:

- Jogo de extrair-fabricar superfícies contínuas.
- Jogo de relação continente e conteúdo.
- Jogo de desaparecimento simbolizado.

Para conhecer cada uma dessas brincadeiras primordiais para os bebês, acompanhem as próximas postagens.


Referências: Ortiz, Cisele; De Carvalho, Maria Teresa Venceslau. Interações: ser professor de bebês - cuidar, educar e brincar, uma única ação. Coleção Interações, 2012,  São Paulo, Ed. Blucher. 


segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Cabra-cega: Do brincar à tela do artista

Assim como, o Pega-pega, a Cabra-cega é classificada como uma brincadeira de perseguição, a qual, conforme apresentamos na postagem do dia 12/09/2013, faz parte da cultura lúdica infantil desde a antiguidade.

Desse modo, podemos verificar que, a  brincadeira da "Cabra-cega", é uma produção cultural humana que tem sido perpetuada por meio de diversas linguagens, inclusive de pinturas em tela como as que apresentamos abaixo.




quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Cabra-cega: informações

Brincando com os outros, participando de atividades lúdicas, as crianças constroem um repertório de brincadeiras e de referências culturais que compõe a cultura lúdica infantil, ou seja, o conjunto  de experiências que permite às crianças brincarem juntas (Brougêre, 2002)

De acordo com Soares (2013), a brincadeira da cabra-cega talvez tenha sido originada durante a Dinastia Zhou, da China, perto do ano 500 a.C. 

Na  Idade Média, há registros que indicam que esta brincadeira era um divertimento aristocrático realizado  na casa dos Tudor (dinastia inglesa que reinou entre 1485 e 1603).

E, a imagem acima apresentada, a qual encontramos nos arquivos da internet, indica que na Idade Média essa brincadeira era realizada entre adultos e crianças, não havendo, desse modo, distinção entre elas. Outras obras de arte conforme as apresentadas abaixo, indicam que a cabra-cega de fato faz parte do patrimônio histórico e cultural da humanidade, ficando assim, para a escola a tarefa de perpetuar essa memória.


Já no Brasil, conforme mostra, Nereide Schilaro Santa Rosa, no livro Brinquedos e Brincadeiras, a cabra-cega tornou-se uma brincadeira popular porque:


A cabra é um animal popular da zona rural do Brasil, sendo muito comum encontrá-la nos lares nordestinos. Talvez por sua popularidade, logo a cabra se tornou motivo para brincadeira ( SANTA ROSA, 2001, p.23).

Referências: http://www.jangadabrasil.org/catavento/2011/08/01/cabra-cega/
                  http://super.abril.com.br/blogs/superlistas/conheca-a-origem-de-6-brincadeiras-populares/
                  http://memoriasimagens.blogspot.com.br/2011/02/cabra-cega.html
                 Santa Rosa, Nereide  Schilaro. Brinquedos e Brincadeiras. São Paulo, Editora Moderna, 2001.

sábado, 31 de agosto de 2013

A importância do brincar na constituição humana do bebê

O bebê se constitui a partir da imersão em um universo simbólico, ou seja, em uma cultura específica que é transmitida nas primeiras relações que estabelece; portanto, o bebê também se constitui nas brincadeiras. Constitui-se psiquicamente, constitui-se socialmente (Ortiz e Carvalho, 2009, p. 106).



No livro, "Interações: ser professor de bebês - cuidar, educar e brincar, uma única ação", Ortiz e Carvalho (2009, p. 104), explicam que a palavra brincar vem do latim, antepositivo brinc que é derivado de brinco, palavra esta que também vem do latim vincro, "[...] este por sua vez, é originário de vinc, antepositivo de vinculum [...]". Dessa forma, as autoras defendem o brincar como processo que contribui para criação de vínculos, para isso argumentam que 

[...] dentre os vários significados escolhemos como sinônimo de vínculo as ideias de ligar, juntar, encadear, prender, seduzir, fazer laço. Cada uma dessas palavras  nos  remete a um aspecto do brincar. Ao brincar, 0 bebê  faz laço com o mundo ao seu redor, com aqueles que ele se relacionam e com o universo cultural no qual está inserido. Ao mexer no rosto do adulto, ele enlaça uma brincadeira. Difícil dizer onde começa esse jogo, pois o bebê tocou o adulto,  porque estava interessado nele, olhando para ele. Um seduz o outro, um se une ao outro [...] (Ortiz e Carvalho, 2009, p. 104).

Apoiadas nos estudos do psicanalista e pediatra inglês, Winnicott (1982), Ortiz e Carvalho (2009, p. 105) ressaltam que todo o desenvolvimento do simbolismo na criança passa pelo brincar, por isso, explicam brevemente os quatro tempos de evolução do brincar infantil:

1º) O brincar com o corpo do outro cuidador;

2º) O brincar no espaço da ilusão, onde o outro ainda é necessário, não como corpo, mas enquanto olhar;

3º) O brincar sozinho, mas na presença de um adulto de referência;

4º) O brincar com outras crianças, que por sua vez também pode ser analisado ao longo do tempo, pois se complexifica conforme a criança cresce e se socializa.

Nesse sentido, é possível perceber que ao longo desse processo evolutivo o adulto, sobretudo, o professor exerce papel importante, o qual constitui-se o outro do bebê, ou seja, aquele que conforme indica Ortiz e Carvalho (2009, p. 105) deve:

  • acolher o bebê;
  • organizar espaços interativos os quais favoreçam o desenvolvimento e a aprendizagem;
  • organizar o tempo do bebê na creche, oferecendo diferentes oportunidades e experiências;
  • e responder às suas principais oportunidades.
Ao tratar do papel do adulto na formação do bebê, dando destaque à atuação do professor, as autoras nas palavras de Bondiolli (1998, p. 215) ressaltam que

“se o aduto é o primeiro brinquedo, o único com o qual a criança pode experimentar o seu poder, então as primeiras brincadeiras são constituídas por situações felizes, compartilhadas por adulto e criança”

Referências: Ortiz, Cisele; De Carvalho, Maria Teresa Venceslau. Interações: ser professor de bebês - cuidar, educar e brincar, uma única ação. Coleção Interações,  2009,  São Paulo,Ed. Blucher. 


quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Pega-pega ou pique pega: Informações e possibilidades

De acordo com Smole, Diniz e Cândido (2010, p. 65), o pega-pega ou pique pega é uma brincadeira tradicional que encontra-se entre aquelas classificadas como "brincadeiras de perseguição", podendo ser denominada também como "pegador".

VOCÊ SABIA?

Conforme encontramos no livro, "Brinquedos e brincadeiras" de Nereide Schilaro Santa Rosa, as crianças brincam de pega-pega desde a Idade Média, pois "[...] as antigas histórias de bruxas da Idade Média ajudaram na criação de uma das mais conhecidas brincadeiras folclóricas: o pegador ou pega-pega" (Santa Rosa, 2001, p.22).

A autora relata que sua origem remonta as antigas lendas europeias medievais nas quais a figura da bruxa estava muito presente como perseguidora de pessoas, por isso, em algumas regiões do Brasil, "[...] a criança que pega as outras no pega-pega é, até hoje, chamada de bruxa" (2001, p. 22).

Já entre as crianças africanas, que viveram no tempo da escravidão, aqui no Brasil, Santa Rosa (2010, p. 22), conta que elas gostavam dessa brincadeira, contudo não tinham menor conhecimento sobre as bruxas europeias. Desse modo, a origem africana do pegador está relacionada à uma forma imitação de como viviam os escravos fugitivos, os quais eram perseguidos por seus donos e capitães do mato, que eram pessoas contratadas para procurar escravos que fugiam.