No decorrer do
mês de março, nós do CRINFANCIA, temos apresentado dicas de atividades que
possam contribuir no processo de transição e inserção das crianças (da família
para a escola ou de uma turma para outra), além de permitirem a você, professor
(a), conhecer o que elas já sabem, o que precisam aprender, suas preferências e
suas curiosidades.
Para terminar
com esse bloco de dicas de atividades voltadas para esses objetivos, estaremos
a partir de hoje sugerindo uma sequência de atividades na qual será necessário:
- solicitar aos
familiares dos educandos que enviem um objeto ou brinquedo de sua preferência;
- confeccionar
uma caixa para que os objetos sejam guardados;
- e conhecer a
história “Guilherme Augusto Araújo Fernandes”.
Um pouco sobre a história Guilherme
Augusto Araújo Fernandes:
Escrito
por: Mem Fox
Ilustrado
por: Julie Vivas
Editora:
BRINQUE-BOOK
Edição de
1995
O título
do livro refere-se ao nome do personagem vizinho de um asilo de idosos, todos
seus amigos. Mas era Dona Antônia que ele mais gostava. Quando soube que ela
perdera a memória, quis saber o que isso significava e foi perguntar aos outros
moradores do asilo. Como resposta, ouve que a memória é algo: bem antigo, que
faz chorar, faz rir, vale ouro e é quente... Então, monta uma caixa e vai
levá-la a Dona Antônia. Quando ela recebe os ‘presentes maravilhosos’, conchas,
marionete, medalha, bola de futebol e um ovo ainda quente, cada um deles lhe
devolve a lembrança de belas histórias.
O livro
contempla de forma agradável questões referentes às memórias da família, as
memórias boas e ruins, possibilitando um debate sobre os objetos portadores de
memórias, a importância da memória dos idosos e a valorização de sua sabedoria.
Disponível
em http://encantamentosdaliteratura.blogspot.com.br/2009/06/guilherme-augusto-araujo-de-fernandes.html
Para
conhecer clique aqui
Ou ainda
conheça o texto da história no quadro abaixo:
GUILHERME AUGUSTO
ARAÚJO FERNANDES
Escrito por Mem
Fox
Ilustrado por Julie Vivas Era uma vez um menino chamado Guilherme Augusto Araújo Fernandes e ele nem era tão velho assim. Sua casa era ao lado de um asilo de velhos e ele conhecia todo mundo que vivia lá. Ele gostava da Sra. Silvano que tocava piano. Ele ouvia as histórias arrepiantes que lhe contava o Sr. Cervantes. Ele brincava com o Sr. Valdemar que adorava remar. Ajudava a Sra. Mandala que andava com uma bengala. E admirava o Sr. Possante que tinha voz de gigante. Mas a pessoa que ele mais gostava era a Sra. Antônia Maria Diniz Cordeiro, porque ela também tinha quatro nomes, como ele. Ele a chamava de Dona Antônia e contava-lhe todos os seus segredos. Um dia, Guilherme Augusto escutou sua mãe e seu pai conversando sobre Dona Antônia. - Coitada da velhinha - disse sua mãe. - Por que ela é coitada? - perguntou Guilherme Augusto. - Porque ela perdeu a memória - respondeu seu pai. - Também, não é para menos - disse sua mãe. - Afinal, ela já tem noventa e seis anos. - O que é memória? - perguntou Guilherme Augusto. Ele vivia fazendo perguntas. - É algo de que você se lembre - respondeu o pai. Mas Guilherme Augusto queria saber mais; então, ele procurou a Sra. Silvano que tocava piano. - O que é memória? - perguntou. - Algo quente, meu filho, algo quente. Ele procurou o Sr. Cervantes que lhe contava histórias arrepiantes. - O que é memória? - perguntou. - Algo bem antigo, meu caro, algo bem antigo. Ele procurou o Sr. Valdemar que adorava remar. - O que é memória? - perguntou. - Algo que o faz chorar, meu menino, algo que o faz chorar. Ele procurou a Sra. Mandala que andava com uma bengala. - O que é memória? - perguntou. - Algo que o faz rir, meu querido, algo que o faz rir. Ele procurou o Sr. Possante que tinha voz de gigante. - O que é memória? - perguntou. - Algo que vale ouro, meu jovem, algo que vale ouro. Então Guilherme Augusto voltou para casa, para procurar memórias para Dona Antônia, já que ela havia perdido as suas. Ele procurou uma antiga caixa de sapatos cheia de conchas, guardadas há muito tempo, e colocou-as com cuidado numa cesta. Ele achou a marionete, que sempre fizera todo mundo rir, e colocou-a na cesta também. Ele lembrou-se, com tristeza, da medalha que seu avô lhe tinha dado e colocou-a delicadamente ao lado das conchas. Depois achou sua bola de futebol, que para ele valia ouro; por fim, entrou no galinheiro e pegou um ovo fresquinho, ainda quente, debaixo da galinha. Aí, Guilherme Augusto foi visitar Dona Antônia e deu a ela, uma por uma, cada coisa de sua cesta. "Que criança adorável que me traz essas coisas maravilhosas", pensou Dona Antônia. E então ela começou a se lembrar. Ela segurou o ovo ainda quente e contou a Guilherme Augusto sobre um ovinho azul, todo pintado, que havia encontrado uma vez, dentro de um ninho, no jardim da casa de sua tia. Ela encostou uma das conchas em seu ouvido e lembrou da vez que tinha ido à praia de bonde, há muito tempo, e como sentira calor com suas botas de amarrar. Ela pegou a medalha e lembrou, com tristeza, de seu irmão mais velho, que havia ido para guerra e que nunca voltou. Ela sorriu para a marionete e lembrou da vez em que mostrara uma para sua irmãzinha, que rira às gargalhadas, com a boca cheia de mingau. Ela jogou a bola de futebol para Guilherme Augusto e lembrou do dia em que se conheceram e de todos os segredos que haviam compartilhado. E os dois sorriram e sorriram, pois toda a memória perdida de Dona Antônia tinha sido encontrada, por um menino que nem era tão velho assim.
Fonte:
FOX, Mem. Guilherme
Augusto Araújo Fernandes. São Paulo: Brinque-Book, 1984.
|
Fonte: http://encantamentosdaliteratura.blogspot.com.br/2009/06/guilherme-augusto-araujo-de-fernandes.html
3 comentários:
Quem me dera ter visto isso na escola quando criança, quando a internet não era de fácil acesso e todas as pesquisas eram feitas em livros e softwares proprietários instalados no computador... Parabéns pelo Blog, contiuem em frente!
Leonardo,
Muito obrigada por sua participação. Continue acompanhando nosso conteúdo e participando das discussões.
Equipe CRINFANCIA.
Postar um comentário