Comumente observarmos os
bebês fascinados com a própria imagem refletida no espelho. Para ele não
importa saber se aquela imagem refletida é ele mesmo, ou refere-se a outro, o
que lhe interessa de fato é que toda sua ação tem uma resposta imediata, por
exemplo, quando ele se move, a imagem no espelho se move
também.
Vale que ressaltar que somente aos dezoito meses o bebê percebe que é
dele a imagem refletida no espelho. Seber (1992, p.28) aponta também, que até
essa fase a criança só percebe as partes que constituem o seu rosto por meio
[...] de informações sensório-motoras relativas ao tato, aos movimentos,
ao gosto, ou seja, ela só sente certos órgãos, mas não os vê. Assim sendo,
precisa aprender a transpor ou relacionar essas informações táteis-cinestésicas
ou gustativas à informações visuais, apoiando-se naquilo que observa no corpo
de outra pessoa que lhe serve de modelo.
Desse modo, considerando que “[...] no primeiro
ano de vida todas as aquisições da criança aparecem sob a influencia imediata
dos adultos, que não somente satisfazem todas as suas necessidades, como também
organizam seu contato variado com a realidade, sua orientação no espaço e as ações
com os objetos [...]” (Arce, 2009,p.169), é fundamental, que você, professor
(a) que atua com bebês, planeje situações de ensino-aprendizagem utilizando o
espelho, objetivando o reconhecimento das crianças de si mesma e de seu corpo.
Sendo assim, sempre que os bebês estiverem em
frente ao espelho, aproxime-se deles e:
- proponha que se olhem no espelho para tentar
imitar os seus gestos;
- Aponte e bata com a ponta do dedo na imagem de
cada um refletida no espelho e ao fazer isso diga o nome de cada um;
- Faça caretas em frente ao espelho;
- Segure o bebê na frente do espelho e cubra o seu
rosto com algum tipo de tecido. Quando ele tirar o tecido, verá o seu próprio
rosto.
São inúmeras as possibilidades de propostas de
atividades em frente ao espelho com os bebês, entretanto, vale ressaltar que
nesses momentos é muito importante observar e registrar suas diferentes
reações.
Fonte:
Seber,
Maria da Glória. A construção da
inteligência pela criança. 1989, São Paulo, Scipione.
Alessandra; Silva, Janaina Cassiano; É possível ensinar no berçário? O ensino
como eixo articulador do trabalho com bebês (6 meses a 1 ano de idade). In:
Arce, Alessandra; Martins, Lígia Márcia. Ensinando aos pequenos de zero a três anos. 2009,
Campinas. Ed. Alínea.
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