Brincadeira,
Movimento e os Conhecimentos Lógico-Matemáticos
AMARELINHA - Dalvan Filho |
A
amarelinha é um brincadeira de rua tradicional e folclórica que está presente
de norte à sul do Brasil. Segundo Smole, Diniz e Cândido (2010, p.21),
“a amarelinha é conhecida
também como sapata, macaca, academia, jogo de pedrinha e pula-macaco, e
constitui-se basicamente de um diagrama riscado no chão, que deve ser
percorrido seguindo-se algumas regras preestabelecidas [...]”
Conforme
mostra as autoras mencionadas, a amarelinha é uma brincadeira que além de
contribuir muito para o desenvolvimento de noções espaciais e auxiliar
diretamente na organização do esquema corporal das crianças; também auxilia no
desenvolvimento específico de noções matemáticas como noções de números,
medidas e geometria, pois
[...] Contagem, sequência
numérica, reconhecimento de algarismos, comparação de quantidades, avaliação de
distância, avaliação de força, localização espacial, percepção espacial e
discriminação visual são alguns conceitos e habilidades do pensamento matemático
envolvidos nesse jogo. (Smole, Diniz e Cândido, 2010, p.22).
No
livro, Brincadeiras infantis nas aulas de Matemática, as autoras sugerem que ao
propor o jogo pela primeira vez, você professor (a) faça perguntas acerca do
que as crianças já conhecem:
-
Quem conhece a amarelinha?
-
Quais tipos de amarelinha que vocês conhecem?
-
Desenhem essas amarelinhas que vocês conhecem.
-
Como vocês riscam a amarelinha?
-
Com o que vocês jogam amarelinha?
-
Como é a brincadeira?
-
Como é organizado o número de participantes?
-
Quem joga primeiro?
Mediante
questionamentos como esses, as autoras acreditam que é possível direcionar o
trabalho com maior facilidade, posto que, permitirá um contato mais direto como
o conhecimento prévio das crianças.
As
autoras do livro, Brincadeiras infantis
nas aulas de matemática, apontam que as noções matemáticas presentes no
jogo da amarelinha desenvolvem-se no próprio ato de jogar. Entretanto, as
autoras, indicam que outras questões podem ser propostas para ampliar os conhecimentos
das crianças sobre o jogo, ao mesmo tempo em que questões mais específicas da
matemática são discutidas. Sendo assim, após as crianças estarem familiarizadas
com o jogo da amarelinha, você professor (a), pode iniciar ou finalizar o jogo
propondo problematizações do tipo:
- Por onde começamos jogar?
Por quê?
- Qual o maior número da
amarelinha? E o menor?
- Quantos números tem a
amarelinha?
- Quantas casas tem a
amarelinha?
- Quem sabe onde está o
número 5?
- Que números estão depois
do 3 e antes do 7?
- Que números estão antes
do 4?
- Por quais casas passamos
antes de chegar ao 5?
-Saindo do 10, por quais
casas passamos antes de chegar ao 2? (Smole, Diniz e Cândido, 2010, p.24).
As
autoras sugerem que estas problematizações sejam feitas aos poucos e podem ser
repetidas algumas vezes, todavia para que a atividade não perca as
características de brincadeira, as autoras sugerem que esses questionamentos
não sejam realizados enquanto as crianças brincam.
FONTE: Smole, Kátia Stocco. Diniz, Maria Ignez de
Souza Vieira. Cândido, Patrícia Terezinha. Brincadeiras
infantis nas aulas de matemática. Porto Alegre, Artmed, 2010.
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